O trabalho de unificação do movimento espírita tem como objetivo primordial a união dos Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas, sempre preservando a sua autonomia e liberdade de ação (autonomia administrativa), mas buscando a união de esforços e a troca de experiências, com o objetivo de fortalecer e aprimorar as suas atividades e do Movimento Espírita em geral.
Para que estes objetivos sejam atingidos, os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas, unem-se para constituir os Órgãos de unificação do Movimento Espírita em nível local, regional, estadual ou nacional. Por sua vez, as Entidades e Órgãos federativos e de unificação do Movimento Espírita em nível nacional constituem a Entidade de unificação do Movimento Espírita em nível mundial, o Conselho Espírita Internacional (ver página: QUE É O MOVIMENTO ESPÍRITA?)
Esta forma de organização possibilita um permanente contato com entre os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas, promovendo a sua união e integração, através de reuniões, encontros, cursos, confraternizações e outros eventos destinados a dirigentes e trabalhadores espíritas, para a renovação e atualização de conhecimentos doutrinários e administrativos, visando o aprimoramento e a ampliação das atividades das Instituições Espíritas e a abertura de novas frentes de ação e de trabalho.
A coordenação e união entre as casas espíritas também possibilita o intercâmbio de palestrantes e a organização de roteiros por regiões inteiras racionalizando tempo e despesas, uma maior representatividade perante a sociedade e a realização de eventos de maior porte que as casas espíritas não conseguiriam realizar isoladamente.
Todos estes esforços culminam com uma qualificação das atividades, maior visibilidade e divulgação da Doutrina Espírita a fim de que o Espiritismo seja cada vez mais conhecido e melhor praticado.
Estão transcritas a seguir duas mensagens, uma de Emmanuel e outra de Bezerra de Menezes que traduzem a importância do movimento de unificação. Movimento que só ocorrerá na medida em que nós espíritas compreendamos a sua importância, e nosso papel neste processo. É necessário que nós espíritas sejamos o exemplo de união no qual a sociedade e as instituições humanas possam se espelhar, para tanto, precisamos formar em nossos trabalhadores e frequentadores esta consciência de cooperação e união, é necessário que em todas as intituições e casas espíritas compreendam a importância de participar do movimento espírita, não só na divulgação, mas também no trabalho ativo através da participação nestes órgão, os órgãos de unificação somos todos nós, PARTICIPEMOS!!
ALIANÇA ESPÍRITA
Emmanuel
Emmanuel
Aliando as sociedades espíritas para
salvaguardar a pureza e a simplicidade dos nossos princípios, é forçoso
considerar o Imperativo da aproximação, no campo de nós mesmos. Decerto,
ninguém pode exigir que o próximo pense com cabeça diversa da que
possui. Cada viajante vê a paisagem da posição em que se coloca e toda
posição renova as perspectivas. União, desse modo, para nós, não significa
imposição do recurso interpretativo, mas, acima de tudo, entendimento mútuo de
nossas necessidades, com o serviço da cooperação atuante, a partir do respeito
que devemos uns aos outros. Iniciemos, assim, a nossa edificação
de concórdia aposentando a lâmina da crítica. Zurzir os irmãos de luta é
retalhar-lhes a própria alma, exaurindo-lhes as forças. Se o companheiro
fala para o bem, ainda que sejam algumas frases por dia, estende-lhe concurso
espontâneo para que enriqueça o próprio verbo; se escreve para construir, ainda
que seja uma página por ano, encoraja-lhe o esforço nobre; se consagra energias
no socorro aos doentes, ainda que seja vez por outra, incentiva-lhe o trabalho;
se consegue dar apenas migalha no culto da assistência aos que sofrem,
auxilia-lhe o passo começante nas boas obras; se vive afastado das próprias
obrigações, ora por ele, em vez de açoitá-lo, e, se está em erro, ampara-lhe o
esclarecimento, através da colaboração digna, lembrando que a azedia agrava a
distância. Educarás ajudando e unirás compreendendo. Jesus não nos chamou para exercer a
função de palmatórias na Instituição universal do Evangelho, e, sim, foi
categórico ao afirmar: “os meus discípulos serão conhecidos por muito se
amarem”. E Allan Kardec, explanando sobre a conveniência da multiplicação
dos grupos espíritas, asseverou claramente, no item 334, do capitulo XXIX, de “O
Livro dos Médiuns”, que “esses grupos, correspondendo-se entre si,
visitando-se, permutando observações, podem formar, desde já, o núcleo da grande
família espírita que um dia consorciará todas as opiniões e reunirá os homens
por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade
cristã”.
Emmanuel, Reunião pública de
7/10/60, Questão nº 334 (Seara dos Médiuns, 73, FCXavier, edição
FEB)
UNIFICAÇÃO
mensagem de Bezerra de Menezes
“O serviço de unificação em nossas fileiras é urgente mas não apressado. Uma
afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define
objetivos a que devemos todos visar: mas não apressado, porquanto não nos
compete violentar consciência alguma. Mantenhamos o propósito de irmanar,
aproximar, confraternizar e compreender, e, se possível, estabeleçamos em cada
lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de
estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de
Deus. Nós que nos empenhamos carinhosamente a todos os tipos de
realização respeitável que os nossos princípios nos oferecem, não podemos
esquecer o trabalho do raciocínio claro para que a vida se nos povoe de estradas
menos sombrias. Comparemos a nossa Doutrina Redentora a uma cidade
metropolitana, com todas as exigências de conforto e progresso, paz e ordem.
Indispensável a diligência no pão e no vestuário, na moradia e na defesa de
todos; entretanto, não se pode olvidar o problema da luz. A luz foi
sempre uma preocupação do homem, desde a hora da furna primeira. Antes de tudo,
o fogo obtido por atrito, a lareira doméstica, a tocha, os lumes vinculados às
resinas, a candeia e, nos tempos modernos, a força elétrica transformada em
clarão. A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em
configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e
produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem
se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à
religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base kardequiana permaneça em
tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em
que se nos levanta a organização. Nenhuma hostilidade recíproca, nenhum
desapreço a quem quer que seja. Acontece, porém, que temos necessidade de
preservar os fundamentos espíritas, honrá-los e sublimá-los, senão acabaremos
estranhos uns aos outros, ou então cadaverizados em arregimentações que nos
mutilarão os melhores anseios, convertendo o movimento de libertação numa seita
estanque encarcerada em novas interpretações e teologias que nos acomodariam nas
conveniências do plano inferior e nos afastariam da Verdade. Allan
Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a
nossa fé não se faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre
as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e
sofrimento. Libertação da palavra divina é desentranhar o ensinamento do
Cristo de todos os cárceres a que foi algemado e, na atualidade, sem querer
qualquer privilégio para nós, apenas o Espiritismo retém bastante força moral
para se não prender a interesses subalternos e efetuar a recuperação da luz que
se derrama do verbo cristalino do Mestre, dessedentando e orientando as
almas. Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou
manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e
realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter
espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela
unificação. Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas
exemplificar; reunir, mas alimentar. Falamos em provações e sofrimentos, mas
não dispomos de outros veículos para assegurar a vitória da verdade e do amor
sobre a Terra. Ninguém edifica sem amor, ninguém ama sem
lágrimas. Somente aqui, na vida espiritual, vim aprender que a cruz do
Cristo era uma estaca que Ele, o Mestre, fincava no chão para levantar o mundo
novo. E, para dizer-nos em todos os tempos que nada se faz de útil e bom sem
sacrifícios, morreu nela, espezinhado, batido, enterrou-a no solo, revelando-nos
que esse é o nosso caminho – o caminho de quem constrói para cima, de quem mira
os continentes do Alto. É indispensável manter o Espiritismo, qual foi
entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos,
sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de
conquista e poderes terrestres transitórios. Respeito a todas as
criaturas, apreço a todas as autoridades, devotamento ao bem comum e instrução
do povo, em todas as direções, sobre as Verdades do espírito, imutáveis,
eternas... Nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais,
injustificáveis, privilégios, imunidades, prioridades. Amor de Jesus
sobre todos, verdade de Kardec para todos. Em cada templo, o mais forte deve
ser o escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos
esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais
auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o
servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino. Sigamos para a
frente, buscando a inspiração do Senhor.”
Mensagem de Bezerra de Menezes, psicografada por Chico Xavier, em reunião da Comunhão Espírita Cristã, em 20-04-1963, em Uberaba-MG Reformador, Dez/1975.
VEJA TAMBÉM:
O link abaixo, da Federação Espírita Brasileira, traz um texto que expõe os objetivos e diretrizes do trabalho de unificação do movimento espírita:
http://www.febnet.org.br/blog/geral/o-espiritismo/trabalho-federativo-e-unificacao-do-movimento-espirita-diretrizes/
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